sábado, 19 de fevereiro de 2011

E O MUNDO, E O MAR

Trespassando certo Meridiano, certo Paralelo aqui estou ainda vivo. Sem Tormentas, sem Embarcações, sem contato. É Mar a léguas para qualquer orientação que eu olho. Imagino-me sendo algo enorme, algo proporcional, mas algo também minúsculo ao ponto de ser imperceptível para qualquer decisão do Mar. A Nau singra sem mistérios, mas sem revelações importantes neste infinito vivo e inconfundível.

Momentos após momentos, muita coisa acontece no Mar, mas, simultaneamente, nada muda. Também não sei se estou assim, tão isolado de tudo, pois ainda, em algumas noites, pude ver o rosto do Vizir encarando-me pelo espelho, como se fossem dois planos coexistentes. Ainda não descobri, após esses anos, de quem se trata o Vizir.

Talvez seja loucura pensar que ele seja lembranças da Terra Firme, porém, pode ser também o futuro, que de fato não existe. Ou ele poderia ser também um pensamento sobre o Mundo.

Cá estou em um lugar, humanamente não habitável e com cheiro de vapores acres e maresias virgens: sem a menor Rota a tomar. Por quê? É a Escolha. Uma alavanca que se escolhe torcer para um lado ou para outro, modificando o trajeto das coisas. Mas o Vizir que me desculpe, eu escolhi o Mar, pois, com ele, faço me Marinheiro todos os dias. O Mundo, desculpe-me,  ó Sr. de Turbante, Ministro das Arábias e dos morros orgulhosamente altos e imponentes, para mim é apenas origem. Sei que sou filho da poeira e da eletricidade, mas a Água... me completa a vida.

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