sábado, 13 de setembro de 2008

Vendo as Cinzentas e Pesadas Núvens...

Acordei hoje em mais um dia em que o Vento não fora parceiro de cenário. O meu esporte aqui nesta embarcação depende muito deste companheiro. Mas enquanto comia mais um recém pescado salmão, eu entendia que não podemos querer tudo de uma só vez... é certo que ter Vento, Navio, Visibilidade, uma ninfa a bordo e Vinho ao mesmo tempo é o maior desejo de qualquer marujo. Todavia, eu soubera respeitar as minhas próprias chances.

Resolvi que os desejos em demasia são prejudiciais ao corpo e à mente de um homem, tornam-o idiota e ofegante, pouco sadio e insaciável. Lembrei-me então de uma peça de teatro à qual assistira meses atrás; lembrei-me dos diálogos entre o Pai e o Filho. Talvez isso faça recordar algo...

Porque é assim mesmo a ira.
tuas mãos sangram com a arma
e a vida abandona tua alma.

Deseja, tu, então o que é dele.
aproveita tua glória todo o tempo,
mil desejarão o teu e perderás.

Pelos poderes do céu, levanta!
tua hora ainda não chegara.
não? apodrece, tu, então em vida!

Contudo, acumulas ouro e prata.
lambe os bens, senti o gosto,
pois não o terás na outra vida.

Tu, o glutão da nossa cidadela.
evita este comportamento hoje,
amanhã terás outro dia a saciar.

Como o porco desconheces o espírito.
afunda-te ainda mais na carne,
sem saber que amanhã serás lama.

Estás ao real espelho quando acordas;
faze! sonha, tu, com estravagância.
Onde está tua máscara agora?


Lembraram-me várias cenas...


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