domingo, 14 de setembro de 2008

A Grande Surpresa


No final do dia de ontem atraquei minha pequena Nave em Vila das Brumas. Meu intuito era ir para uma taberna para rever os companheiros de terra. Após a partida de Pupe senti-me inóspito em mim mesmo, eu não tinha motivação nem para limpar o Convés, o Castelo nem nada.
Combinamos um encontro, a Antiga Estiva, a Nova Estiva e eu. Mais à noite saímos para uma taberna à qual não tínhamos ainda ido. É certo que eu não me sentia cem porcento à vontade, pois algo estava a rondar-me, mas eu não sabia precisar o quê. Por fim chegamos de carruagem ao local. Fui o primeiro a chegar, logo em seguida vieram os outros. Levamos para lá alguns instrumentos musicais. O dono do lugar abria espaço para expressões musicais.
Após tomarmos algumas garrafas de várias degustações diferentes prosseguimos com mais músicas que meus amigos e eu haviamos nos comprometido a relembrar com os presentes no requintado recinto. Coloquei a garganta no aquecimento e desfrutamos de algumas horas de bons temas. Muitas pessoas estavam presentese, entre elas, alguém que, diga-se de passagem, sempre tive muito respeito e carinho. Era a Camponesa. Refiro-me a ela desta forma porque seus Traços remetem-me à mulher do campo, com rosto simples, longos cabelos, um vestido também característico e um olhar penetrante, fora o seu sorriso que me vale mais do que todas as outras jóias que eu já pude ver e tocar. Os olhos, pérolas negras que várias vezes já vi sofrer, mas nunca perderam o Brilho. Em muitas ocasiões em que eu decidia perambular pelos becos de Vila das Brumas nos encontrávamos. Era uma pessoa inigualável, desde o pé, que tinha um Desenho lindo, até a voz, a qual eu adorava ouvir. Não pense que esta é uma forma de revelar-me, mas é, talvez sim, uma forma mais sutil de dizer o quanto gosto da Camponesa.
Pode ser que todo o tempo que levei para escrever este parágrafo tenha sido a mesma duração do tempo em que fixei meus pensamentos nela enquanto eu cantarolava com meus parceiros. Por pouco eu não perco o rítmos das melodias, vez após vez.
No final das contas eu fiquei contente, mesmo que por alguns momentos, porque depois da apresentação e dos aplausos que recebemos (não me lembro de vaias, não que elas não tenham ocorrido, mas não me recordo) ela veio saudar-me com um longo e afetuoso abraço e palavras de maior sentimento, pois ela soubera pouco antes que Pupe teria ido embora junto com J. C. Aronte (ou Ronte... Juro que uma hora dessas eu lembro corretamente o nome dele). Demonstrou ser uma companheira muito fiel a mim pelas condolências que trouxera.
Digo nestas folhas de hoje escritas que estas pessoas que muitas vezes pensamos estarem longe demais, na realidade pertencem a um plano de existência onde não há tempo nem espaço. Somos humanos e podemos ter muitas dúvidas sobre as coisas que nos são dadas a saber. Algumas outras devemos ter em mente que são reflexões que se tornam dogmas para nós mesmos e não nos importa, tampouco, pessoas com pensamentos vis, trôpegos e moribundos.

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